Livre para se movimentar |
A atividade física sempre foi
uma parte importante da vida cotidiana das civilizações, empregada de diversas
maneiras, em todas as áreas de atividades do ser humano, desde as atividades
ligadas à sobrevivência até o caminhar ou passear filosofando, como ocorria no
“Philosofen Weg” de Heidelberg. As condições atuais do trabalho centralizado no
computador, o trabalho digital, assim como o estilo de vida imposto pelas
grandes cidades – fenômeno do urbanismo – “roubou” da espécie humana essa
condição vital de funcionalidade e saúde, provocando a alta prevalência de
sedentarismo e o seu impacto sobre a gênese e as complicações das condições
crônicas.
Vale lembrar que a prevalência
dos indivíduos insuficientemente ativos, de cerca de 60%, segundo o Programa
Agita São Paulo, é superior à prevalência de todos os outros fatores de risco
como diabetes, 9%, obesidade, 18%, hipertensão, 22% e tabagismo, 9%. Todos nós
temos em casa pelo menos um sedentário.
Realizar atividade física no
mundo contemporâneo, reagindo às pressões do urbanismo e das formas atuais de
trabalho é um grande desafio.
O conhecimento dos determinantes da
atividade física regular é uma condição importante para o desenvolvimento de
programas efetivos para encorajar o engajamento de todos os segmentos da
população, favorecendo ou dificultando (barreiras) a adoção de hábitos
saudáveis.
O potencial que há na saúde pública para a atividade física e para o
exercício físico somente poderá ser cumprido, ou atingido, se os determinantes
comportamentais forem corretamente identificados e, conseqüentemente,
gerenciados. O indivíduo ou paciente deve estar ativamente engajado no processo
de modificação de comportamento. Isto significa que a motivação, como a força
motriz interna de cada indivíduo, é fundamental para a adesão ao programa e a
manutenção dos níveis prescritos de atividade física.
Recomendações práticas para
aumentar a aderência à atividade física e exercício:
1. Identifique um ótimo motivo
para iniciar atividades físicas;
2. Mobilize a motivação, aumente
a confiança, observe e discuta os benefícios;
3. Identifique os determinantes
e as barreiras e encontre formas de aproveitá-los ou de superá-los,
respectivamente;
4. Minimize lesões ou
complicações iniciando com uma prescrição de intensidade moderada;
5. Busque suporte social,
promova atividade física ou exercício em grupo;
6. Incorpore diversificação e
enfatize a satisfação ou a preferência por algumas atividades;
7. Promova reforço positivo
através de avaliações periódicas; Comemore suas conquistas;
8. Recrute apoio entre membros
da família e amigos; procure relações de amizade em academias;
9. Inclua um jogo recreativo no
programa para aumentar satisfação;
10. Estabeleça regularidade de
horário para gerar hábito;
11. Utilize planilhas para
marcar os êxitos;
12. Reconheça os sucessos,
comemore e use um sistema de premiação. Reconhecimentos intangíveis podem ser
mais eficazes do que os tangíveis;
13. Procure profissionais de
educação física entusiastas, entusiasmados e com liderança, bem treinados,
empáticos e sensíveis.
Felizmente as opções são diversificadas! Vale ainda ressaltar que
estratégias e esforços se complementam e são sinérgicos e atitudes bem
orquestradas serão sempre mais efetivas.
Márcio Marega
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